GAVETAS... Da poesia se faz sentimento
O sentimento traz memória
Gavetas postas ao vento
De recordações qual vã glória
Varrendo a alma dilacerada
De pensamentos vistos à lupa
Amálgamas feitas do nada
Emoções em catadupa
Resgatadas, amarfanhadas
De tempos que não perdoam
Velhas marcas amareladas
De palavras que amaldiçoam
Palavras essas ditadas
Com alma de grande esplendor
Grilhetas de dores gritadas
Expurgadas de atos de amor.
Esvoaçadas no murmúrio sibilar
De um vento frio e gelado
Esbatem-se memórias ao luar
De sonhos de um tom amargurado
Fechadas as velhas gavetas
Das memórias que se esfumaram
Renovam - se os sons da alma
Saram-se feridas que magoaram
Daniel Braga
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