segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Flores Amargas (Helena Soares Silva)

 Dedicado a Timor -Leste, terra natal da poetisa, amiga e conterrânea.Poema no seu livro NOITES BRANCAS.


Timor
Flores amargas

Num dia de novembro
tombam belos e serviãos
nas terras sagradas
consagradas à consternação.
Zumbem abelhas metálicas
enceram a vermelho, o chão
poeiras cegam almas e,
acordam espíritos
em sândalos adormecidos
e o odor fulminante
absorve adocicados perfumes
entre gemidos incendiados
por hábitos intolerantes
mãos em prece
-Tementes-
Às saraivas sem rumo
E o amontoar indiferente
Nos transportes treinados
Em diversas ocasiões
Flores amargas
lacrimejam
na terra de belos e serviãos
Num promenade matutino
em terras onde águas espalham a alma
brumas abrem caminho
a cores que os sentidos acalmam
Luz esparsa...
Que o entrançado artesanal desvenda
Linhas quentes e tintadas
que os ombros seminus afagam
(pueris sorrisos)
E o ar condensa-se
num outro mundo
Contínuo encanto...
O acariciar metódico das águas.
O vento, esse, sussurra esperanças
aos entrançados de quentes sabores
Num passeio matutino
nos areais de Timor

Helena Soares Silva

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