quarta-feira, 21 de junho de 2023

Corro

CORRO


Corro...
Corro desenfreado
Medo? Desejo? Fuga?
Não! Amores desatinados
Sentimento ousado
Anseios perpetuados
De uma loucura vã
Corro...
Corro apressado
Sensações suaves
Em passadas firmadas
Ruídos arfados
De uma respiração pausada
Olhares vazios
De imaginárias melodias
Sons cadenciados
Em harmoniosos batimentos
Surgem pensamentos
De desejos fustigados
Ternuras alimentadas
Movimentos acorrentados
De uma crueldade alucinada
Corro
Em horizontes sem fim
Moldado pelo frenesim
De uma aventura fantasiada

Daniel Braga
©Todos os direitos reservados (Acrílico s / tela - convulsões)



terça-feira, 20 de junho de 2023

Sobreviveste

 A vida mede-se em infinitos quilómetros de amores e desamores, ambição, sofreguidão, vontade, tristezas e alegrias, bem-estar , olhar o e pelo outro, esperança. Não se compadece com o alimentar da raiva, do egoísmo, da guerra e da desunião. Mas vamos sobreviver ao caos, ao ódio e à barbárie.


SOBREVIVESTE

Ao tempo que passou em vão
Aos momentos que não viveste
Mesmo sabendo de antemão
Que não deste conta nem quiseste

Sobreviveste...

Aos porquês de vidas perdidas
Aos nãos que em silêncio recebeste
A dor e a saudade por ti sentidas
Nas certezas e dúvidas permaneceste

Sobreviveste...

Aos amigos que um dia perdeste
À família que já não te sente
Aos medos que tu fortaleceste
E à esperança que deixaste pendente

Sobreviveste...

Afinal a esperança não se esfumou
À espera que estivesses presente
Apertado, o teu coração triste falou
Dos pesares de uma vida ausente

Sobreviveste...

A esperança cansada não esperou
Porque tu não compreendeste
Que o tempo que o tempo parou
Não aguentou...e tu sobreviveste!

Daniel Braga

©Todos os direitos reservados

(imagem retirada da net)



segunda-feira, 19 de junho de 2023

Multidão

 Passadas sem fim. Mecânicas. Sem alma. Um silêncio incomodativo. Um barulho ensurdecedor do movimento na calçada. Robôs em forma de gente.


MULTIDÃO

Multidão
Gente que nem tu
E eu
Movimento
Sofreguidão
Este, aquele e outro mais
Confusão
Sons que se misturam
Odores transpirados
Transfiguração
Olhares sem expressão
Andares acelerados
Ausência de calor humano
Sem alegria nem sentimento
Todos e ninguém
Mundo parado
O ruído das coisas
O barulho do supérfluo
Silêncios incomodados
A pressa do nada
Robôs apressados
Caminhada ritmada
Sem amanhã
Como se o fim
estivesse iminente
Multidão?
Apenas o vazio...

(Imagem adaptada da net)
Daniel Braga


©Todos os direitos reservados

domingo, 18 de junho de 2023

Mariupol

  MARIUPOL

Roma estilhaçada
Incendiada
Bombardeada
Qual Nero olhando a presa
Do seu autoritário trono
A morte anunciada
Gente sofrida
Massacrada
Torturada
Na resistência destemida
O peso da razão
A força da União
A arma da convicção
Tempos de heroicidade
Em Azvostal a verdade
Levada à exaustão
Rendida a população
Momentos de devastação
Cidade trucidada pela dor
Mártir e sofrendo em silêncio
Corpos em vala comum
Irracionalidade desumana
De gente sem perdão
Chegam os novos reis
Em imponentes cavalos brancos
Cidade calcinada
De negras penumbras
Expurgada na sua essência
Horrores saciados
Numa invasão derrotada
De uma Nação atormentada
Na consciência coletiva
A liberdade coartada
Num povo que não desiste

Daniel Braga
©Todos os direitos reservados

( Acrílico s/ tela "Guerra"-2022)

 

Fragmentos

 FRAGMENTOS

Tristezas, amores ou apenas lamentos
Olhares que expressam minha alma cheia
Vagueio em efémeros e céleres pensamentos
Quão forte o sentir dentro de mim a ideia

Das palavras simples, a beleza e o talento
Momentos entrelaçados com alegria e devoção
Sonhos e fantasias de puro encantamento
E nas quadras e rimas , fulgor e emoção

Em cada soneto ternura e sentimentos
Estados d' alma em constante ebulição
Versos intensos que transformam a ilusão
De um tempo de saudade em felizes fragmentos

Daniel Braga
©Todos os direitos reservados


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Vagueio no tempo

 VAGUEIO NO TEMPO

Ando por aí
Gemo ao vento
Vagueio sem rumo
Sou pedaço de dor
Sombra de um tempo
Tempo de desamor
Na alma o pensamento
Espero o momento
Sem norte mas atento
Que o tempo murmure
No vento que sopra
A boa nova que anseio
O tempo de ter tempo
Para que o rumo retorne
E o gemido do vento
Se transforme
Na voz do amor
E eu, continuo...
Vagueio no tempo!

Daniel Braga
©Todos os direitos reservados



Nada é meu

NADA É MEU... 

Nada é meu 
Com cheiro a maresia 
Em sonhos penso eu 
Que tudo é fantasia 
Do amor sentimento 
Todo ele avassalador 
No desejo o pensamento
De amar sem pudor
Nada é meu 
Mas tudo o que é trivial 
Apenas me convenceu 
Que o amor, esse, é real 
Sendo o amor real, tudo se esbateu 
Porque amar não é preconceito
E não sendo nada meu 
É tudo feito a meu jeito

Daniel Braga 
©Todos os direitos reservados



Corro

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